sábado, 28 de março de 2009

"Reavivar o Linho"













O Grupo Folclórico e Cultural "As Lavradeiras do Vale do Susa", representa essencialmente a cultura do linho.
A freguesia de Meinedo, foi uma das freguesias do concelho de Lousada onde o cultivavo do linho era frequente. O que se tem vindo a constatar é que esta actividade rural tem vindo a desaparecer.
Alguns magnetenses, pessoas ligadas á terra, que cresceram ajudando os pais e avós a plantar o linho, acreditam que tal facto se deve ao próprio trabalho que esta actividade envolve;"dá muito o que fazer, é trabalhosa e pesada", refere Belmiro Ferreira de 62 anos de idade.
Um resultado do pós 25 de Abril, é outro argumento apontado por Belmiro Ferreira;
"Depois do 25 de Abril os lavradores ganharam a sua liberdade e independência e deixaram de cultivar o linho uma vez que o produto da sementeira servia, geralmente, para pagar a renda ao senhorio e não lhes trazia proveito, depois já não era preciso nada disso, deixou de se semear, já não tinhamos que nos sujeitar a trabalhar para o senhorio", refere.
Assim sendo, o Grupo Folclórico e Cultural "As Lavradeiras do Vale do Sousa", continua a lutar para que o cultivo do linho não desapareça.
Tem já editada, uma cassete VHS, com "As voltas que o linho leva antes de entrar ao tear", ou seja, com toda a história do ciclo do linho. Essa cassete tem como título " Reavivar a cultura do linho".
Possui também um espólio de fotografias desse mesmo trabalho.
E para que esta actividade não fique só sob ponto de vista etnográfico (que dessa parte o grupo garante manter), este ano, tem como objectivo fazer uma plantação de um campo de linho e reavivar todo o seu ciclo,uma vez mais.
Está também, conjuntamente com todos os grupos do concelho, a colaborar com a Câmara Municipal de Lousada num projecto que visa a rentabilização do linho e torná-lo num ponto atractivo para turistas.


A secretária: Telma da Silva
Imagens: arquivo do G.F.C."As Lavradeiras do Vale do Sousa"
nota: as imagens não se encontram na ordem natural do ciclo do linho. Foram escolhidas aleatóriamente.

Itália, Suécia e França


A secretária: Telma da Silva

Imagens: arquivo do G.F.C. "As LAvradeiras do Vale do Sousa"

Memórias










A secretária: Telma da Silva
Imagens: digitalização de recortes do jornal "TVS" e jornal da Madeira, existentes no arquivo do grupo

Escola Infanto-juvenil "As Lavradeiras do Vale do Sousa"






O grupo Folclórico e Cultural "As Lavradeiras do Vale do Sousa", criou também um grupo infantil há cerca de 16 anos. Este projecto saíu das mãos de Ana Perdigão, uma das fundadoras do grupo.
Só há 4 anos é que começou a realizzar o seu Festival Ifanto-Juvenil na freguesia de Meinedo, concelho de Lousada.
É composto por, aproximadamente 30 elementos com idades compreendidas entre os 4 e os 16 anos.
A fazer parte da tocata, temos alguns "jovens adultos" a ajudar os mais novos. A Escola Infanto-Juvenil, representa essencialmente, as modas, cantares que as crianças cantavam e dançavam em tempos, nos intervalos das escolas ou quando acompanhavam os seus pais para as desfolhadas, arrancas do linho... ...
Os trajes e os "objectos/utensilios" com que os elementos se apresentam em público reflectem bem toda uma dinâmica escolar da época (a fisga, a roda de metal, a boneca de trapos, a sacola de sarapilheira, o carrinho de rolamentos, o batalho...)
É importante salientar que, contrariamente ao grupo adulto, a escola infanto-juvenil não se encontra federada visto que os principais objectivos deste projecto são;
assegurar a continuidade do grupo adulto e acima de tudo incutir nos mais novos o gosto pelo folclore de forma a que estes não deixem morrer as tradiçoes, usos e costumes do lugar de Romariz, freguesia de Meinedo.

A secretária: Telma da Silva

Historial do Grupo



O Grupo Folclórico e Cultural das Lavradeiras do Vale do Sousa foi fundado no Natal de 1982 e representa fielmente a cultura etnofolclórica da região do Vale do Sousa, principalmente da freguesia de Meinedo, concelho de Lousada. Distrito do Porto, onde tem a sua Sede Social no lugar de Romariz, concluída com a ajuda dos associados, dos fundos comunitários e da Câmara Municipal de Lousada.
Membro efectivo da Federação do Folclore Português desde 1990, tem levado bem longe as suas tradições, modas e cantares, usos e costumes percorrendo o país de lés a lés e no estrangeiro em Itália, Suécia e Espanha e França.
Possui há três anos um agrupamento infantil que será o garante da continuidade do Folclore nas terras de Meinedo. Os seus trajes são do mais fino e puro recorte e recolhidos nos baús das casas da terra e representam principalmente os trabalhos no campo, nomeadamente na cultura do linho que neste momento está a ser novamente implementada e desenvolvida pelo Rancho através de um Programa Cultural Comunitário.
Os instrumentos de tradição popular são a viola braguesa, concertina, cavaquinhos, violão, bombo e ferrinhos.
Na sua Sede Social, organiza um Festival Anual de Folclore, a Festa das Vindimas, a Festa das Colheitas e do Linho, bem como outras actividades culturais e folclóricas.
Embaixador cultural de Lousada nas diferentes saídas que tem feito para as mais diversas regiões do país e do estrangeiro, leva sempre consigo a boa disposição destas gentes mas principalmente as tradições, usos e costumes dos seus avós e transmite aos jovens uma mensagem cultural e etnográfica relacionada com os trabalhos do campo e com os monumentos históricos de Meinedo, principalmente a sua Igreja Matriz, Românica, do Séc. XII, monumento nacional, que já foi sede de Bispado e que deu origem à actual diocese do Porto.
Meinedo é terra simples atravessada pela linha do caminho-de-ferro do Douro e noutro ponto é atravessada pelo Rio Sousa que dá o nome a este Vale de características muito próprias e de uma beleza natural ímpar.
O Grupo Folclórico é composto por 45 elementos e pretende ser o garante de um Folclore genuíno e fiel às tradições Magnetenses e apresenta dezenas de modas tradicionais entre elas a famosa Chula, o belo Verdegar, os Viras e os Malhões próprias desta região e ainda as famosas “modas” próprias dos trabalhos do linho e das vindimas, bem como da cultura do milho e da criação de gado que eram cantadas e dançadas no adro da Igreja, debaixo do carvalho ou ainda a caminho das Festas, Romarias e Feiras do Norte de Portugal.