Abílio Moreira e António José Moreira, presidentes do G.F.C. "As Lavradeiras do Vale do Sousa", fazem um balanço da "Festa das Colheitas 2009" e deixam uma mesagem á população Magnetense.
1 - Tendo em conta que o grupo já faz esta festa há cerca de 26 anos, qual é o segredo para manter esta actividade durante estes anos todos com sucesso?
Abílio Moreira: Não há segredos, ate porque a informação, o dialogo, é muito importante para todo o tipo de eventos, tendo em conta que o prestigio, o orgulho e o gosto, dá-nos força para trabalhar e dar continuidade.
To Zé: O segredo, se assim se pode chamar, é a resposta do publico, que de ano para ano vai contribuindo para o sucesso da festa, não só assistindo mas também participando nas actividades desenvolvidas. As pessoas sentem, no fundo que "a Festa são elas mesmas".
2 - Quais são as maiores dificuldades com que se deparam ao organizar uma actividade desta natureza?
AM: Acima de tudo as questões financeiras e a falta de apoios. A falta de gente é um mal menor. Não há preocupações pois respeitamos fielmente a nossa cultura e as nossas tradições.
TZ: A dificuldade que mais se faz notar é a de natureza financeira, sendo no entanto, em parte, superada pelo espírito de entreajuda, dos elementos, simpatizantes, amigos e sócios do Grupo. Uma das principais preocupações do Grupo Folclórico é preservar as tradições antigas e nem sempre é fácil de sensibilizar os elementos do Grupo para determinados aspectos, na forma e no conceito das tradições da época.
Em relação à falta de gente não nos podemos queixar, estando toda a gente de parabéns pelo êxito da Festa.
3 - Apercebi-me de que tentam sempre apostar em algo de novo no programa da vossa "festa das Colheitas", isso é um dos objectivos que pretendem atingir todos os anos, a novidade dentro do que é o tradicional?
AM: Sim, desde que seja para bem do Grupo e em prol do Folclore de Meinedo
TZ: É possível introduzir novidades de ano para ano, sem "ferir" o que é tradicional, enriquecendo a festa e levando ao conhecimento de todos, a forma como os antigos viviam, e, como do trabalho, apesar de árduo, ainda tiravam grande prazer, fosse numa desfolhada, numa vindima, na pisa da uva ou nos trabalhos do linho.
4 - Pegando na festa deste ano em concreto, a adesão por parte do público foi boa? Poderá ter sido pela aposta que fizeram na divulgação através da Comunicação Social?
AM: Sim pela divulgação publicitaria e social. Talvez por este ano ter havido algo de novo e pelo sitio onde se realizou.
TZ: A festa deste ano superou todas as nossas expectativas, seja pela boa divul
gação que foi feita, e daí o nosso agradecimento às rádios e jornais locais, seja pela conjugação de diversos factores que foram: No sábado mantivemos a mesma linha dos anos anteriores - Jantar tradicional (sempre com boa participação) seguido de demonstração de Desfolhada ao ar livre (à luz de candeeiros a petróleo, à boa maneira antiga) seguido da Pisa da Uva, havendo ainda tempo para a actuação da nossa Escola de Folclore, dum grupo de concertinas e do nosso Grupo Adulto.
No Domingo pela 1ª vez deslocalizamos a festa para o Centro de Meinedo (Junto ao Salão Paroquial) tendo aí uma participação de publico muito elevada, em que se efectuaram leilões, espadelada ao vivo durante toda a tarde, com danças e cantares tradicionais à mistura e não faltando os "comes e bebes". O Grupo presenteou ainda o publico com uma actuação à boa maneira antiga, ou seja no chão "das eiras".
5 - Quais são os objectivos que pretendiam atingir ao organizar e manter esta festa durante estes anos todos?
AM: Os objectivos são: divulgar, mostrar e reviver a cultura dos nossos antepassados com muita alegria.
TZ: O objectivo primordial é manter vivas as tradições e os valores etno-folcloricos que os nossos antepassados tinham para que não caiam no esquecimento. O outro objectivo é angariação de verbas para permitir uma "boa saúde" ao Grupo, nunca esquecendo a parte social que para nós tem também grande significado.
6 - Os objectivos foram atingidos?
AM: Sim
TZ: Todos os objectivos foram alcançados, principalmente o que está relacionado com os trabalhos do linho e que nesta festa incidiu na Espadelada.
7 - Acham que a população Magnetense gostou do evento, que recordou em conjunto os tempos de outrora?
AM: Sim, não tenho qualquer duvida até porque demonstraram muita atenção e emoção.
TZ: Penso que a população magnetense gostou e a prova disso é a quantidade de publico que esteve na nossa SEDE no sábado e depois a grande afluência no domingo junto ao Salão Paroquial. De salientar que as pessoas não se limitaram a assistir mas também a participar activamente, desfolhando o milho, dançando e até espadando o linho por livre e espontânea vontade.
8 - Com tudo isto, qual é o balanço que fazem?
AM: Um balanço positivo, demonstrando que o folclore de Meinedo está de Boa Saúde , com ambição e com boas perspectivas para o futuro.
TZ: O balanço é muito positivo. É caso para dizer que deu muito trabalho mas acabou por compensar. Todos ficamos mais ricos culturalmente e garantiu-se um fim de semana em cheio para muita gente que ama o folclore e que faz disto um dos amores da sua vida. A satisfação que sentimos com o êxito da festa dá-nos animo de ano para ano, irmos enriquecendo a nossa festa e estamos bem cientes que desta forma as tradições irão continuar bem vivas e por muitos anos.
9 - Aproveitando a oportunidade, vou pedir que deixem uma mensagem de agradecimento a todos que os apoiaram.
AM: A todos estes em meu nome pessoal, e restante direcção, deixo um abraço e um beijinho do tamanho do mundo, como forma de agradecimento, e que continuem a apoiar-nos pois sem essa ajuda preciosa não seria possível todas estas representações, que são uma mais valia para o folclore que tanto nos orgulha.
TZ: A mensagem que deixo é o extremo carinho que nutro e um profundo agradecimento a todos aqueles que nos ajudaram, das mais variadas formas, o que tornou visível e possível um espírito de grande entreajuda. Sabemos que sem esta ajuda estaríamos muito mais "pobres". Julgo que não é necessário nomear ninguém, pois corria o risco de me esquecer de alguém e porque tenho a certeza que todos deram o seu melhor. Sem a colaboração de todos não seria possível realizar festas destas. Bem hajam por isso e as LAVRADEIRAS DO VALE DO SOUSA estão-vos muito gratas.
A secretária: Telma da Silva
Fotografias: Arquivo do "G.F.C."As Lavradeiras do Vale do Sousa"
